segunda-feira, 31 de agosto de 2009

[Esse ensaio estava aqui guardado, resolvi postar]

Não é fácil identificar, com toda certeza, em que patamar de desenvolvimento fica a transição da mulher moderna e pós-moderna, ou mesmo se essa transição existe. Seja com seus filhos, namorado ou namorada, no âmbito da ciência e tecnologia, nas artes, na literatura, ou mesmo nas suas identidades individuais de cada uma. Para muitos, a pós-modernidade não passa de uma modernidade tardia, ou uma adaptação da modernidade em poucos detalhes. No entanto, é visível que algumas posturas femininas, reforçam a ruptura dos padrões comportamentais existentes, ilustrando uma espécie de revolução que podemos identificar como um marco no início da pós-modernidade. Na verdade, novas posturas que determinam novas pós-modernidades surgem e saem atualizando o resto, migrando de pós para modernidade e de modernidade para antiguidade e dessa forma nasce o ciclo.

Nosso mundo é contrastado com o passado, dentro de uma sociedade em que os valores mudam a cada momento. Mulheres que seriam consideradas revolucionárias e rebeldes seguem esquecidas por conta do atropelo sobre o desenvolvimento da aceitação de posturas perante a sociedade. Enfrentando diversas discriminações e adaptações em relação aos “afazeres puramente femininos” – que a pós-modernidade fez tornar-se um conceito ultrapassado – como cuidar da casa e da família, a mulher conseguiu superar suas dificuldades e ainda administrar seu tempo a favor de suas atividades, para que as questões familiares não entrem em conflito com questões profissionais e sociais. A mulher ainda é alvo de grande discriminação por aqueles que acreditam que lugar de mulher é no fogão e por isso enfrenta o grande desafio de mostrar que apesar de frágil é ainda forte, ousada e firme na tomada das decisões, quando necessário. E o que dizer daquelas que além da luta em conjunto com todas as outras, ainda lutam junto com um grupo menor contra uma nova linha de discriminação e preconceito que age contra o homossexualismo? A realidade é que elas são obrigadas a forçar um tipo de amizade muito forte, pra justificar o fato de estarem juntas sempre e terem uma demonstração de carinho tão grande.

Apesar de serem encaradas como sexo frágil, olhando pelo romantismo de Shakespeare e dos versos de Vinícius de Morais, as mulheres têm se mostrado bastante competentes pra surpreenderem as linhas de preconceito masculinas, que há muito tempo já as tiraram do pedestal da pureza, e, ao mesmo tempo, apesar de serem encaradas como “mulher macho”, a mulher homossexual tem se mostrado cada vez mais mulher. Mostrando que pode ser vista como sexo frágil independente de sua opção sexual.

A mulher ainda é tida como um objeto e não se pode perdurar este estado de coisas, tendo em vista que as batalhadoras que têm conseguido um espaço são poucas, pois muitas destas não conseguiram, ou não querem enfrentar essa batalha. Elas, em sua grande maioria, fazem o estilo ‘mulher boazinha’, sem um termo mais forte para o que quero expor, que serve para fazer o marketing para a venda de produtos com a ajuda de suas curvas corporais ou mesmo em filmes mostrando seu sexo explicitamente. Sem qualquer amor e pudor para consigo, as mulheres acatam discursos machistas, sem lembrar que isso as faz alienadas.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ah, minhas melhores lembranças...
Quando fazíamos dos copos os nossos melhores amigos
E nos entregávamos aos efeitos deles e de nossos desejos como amantes
Nos acostumamos com isso e nos encaramos como tentações
Sorriso que não hesita em iluminar meu olhar sempre atento
Pele que funciona como um imã
Aquele perfume que jamais consegui associar a qualquer frasco de vidro
As palavras que se encaixam exatamente nas lacunas dos meus pensamentos
Os planos e a cabeça sonhando, acabam se encontrando em algum momento
E as atitudes que insistem em me descrever como se fossemos a mesma pessoa
Agora eu fico aqui apenas assistindo.
E enterrando qualquer tipo de manifestação vinda de emoção
Resumo-me à razão.
Apenas razão e algumas palavras em um papel vez ou outra
Que sempre fui tomada pela emoção, faço desse o meu maior desafio
Já não quero mais simpatizar com as coincidências.

domingo, 24 de agosto de 2008

Pro mundo.

Dê um tempo no namoro, dê um tempo no cigarro, dê um tempo na faculdade, dê um tempo na academia. E dar um tempo na vida?
Parado
Intacto
O que foi? Reaja!
Não... Estou dando um tempinho na vida. Estava vivendo demais, Estou cansado de viver. O mundo me deixou muito exausto com tanto problema.
Agora, seu namoro pede mais uma chance pra se reconciliar, você se vê sem um futuro e volta à faculdade, se dá conta de que não possui mais aquele corpo dos lindos vinte anos, que a lei da gravidade já atua sobre ele, e retorna à academia.
E, sinceramente, você ainda não descobriu nada que te motivasse a voltar a viver pro mundo.
Se alguém fizer, o faço também. É sempre assim.
Não houve ainda alguém que tomasse a iniciativa de deixar de dar um tempo nisso. Penso que estejam esperando por você.

sábado, 9 de agosto de 2008

Prazer, meu nome é Amor

Imagine só, você, que não cede nem aqui, nem acolá, nem se permite fazer um pequeno ajuste, querendo malear quem se presta a tal só pra passar um pouco mais de tempo com você. Engraçado, não? No mundo que eu vivo não existe isso.
Imagine só, se todas as pessoas que carregam em seu peito, afeto por ti, de repente parassem de lidar com a sua pessoa com medo de sair com alguma cicatriz. Eu convenci todas elas a não fazerem isso.
As pessoas têm manias, sejam elas físicas, ou não. Até me banalizar, virou mania. Mas a sua, é a que mais me desafia. A de ser pessimista. Ninguém precisou me contar, você sempre fez questão de apagar meu brilho com seu fiel escudeiro. Até sinto que você está comigo de vez em quando, mas eu não sou sozinho e você me quer sozinho junto com seu pessimismo.
Porém, assim como você, tenho meus amigos escudeiros. Carinho e Companhia só vivem juntos comigo. Orgulho as vezes se comporta mal, e aí ficamos chateados um com o outro. Mas passa logo. Gosto muito dele, pois ele não é inconveniente, sabe o horário certo de bater aqui em casa. Já Cuidado e Preocupação me dão dor de cabeça por quererem sufocar, as vezes. Mas estou dando-lhes uma aula para serem mais sensatos e terem um pouco mais de modos.
Mas o melhor de tudo isso é que eu não sou completo sem eles, e ninguém gosta de ter uma sensação de vazio dentro de si. E se você ainda não me reconheceu, prazer, meu nome é Amor, e estou à sua disposição por completo quando você se der conta de que posso ser seu amigo também.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Cotas no Brasil

O sistema de cotas é uma reserva de vagas para estudantes negros e pardos egressos de escola pública nas instituições públicas de ensino superior. Foi adotado no Rio de Janeiro primeiramente, em 2001, onde se instituiu uma cota de até cinqüenta por cento para a população tida como cotista, e agora, universidades federais de Santa Catarina, Piauí, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Pernambuco, Espírito Santo, entre outras, aderiram ao programa de cotas. A partir daí, a polêmica com relação ao mesmo só aumenta. E são radicais. Ou as pessoas acham absurdamente errado, ou defendem ferrenhamente. Mas, como toda regra tem sua exceção, há quem seja contra e acate argumentos de quem é a favor e vice-versa.
A idéia inicial da implantação desse sistema é que até 2014 o sistema de ensino brasileiro já tenha sido reestruturado, no entanto não parece estar sendo colocado em prática. Essa questão divide até atuantes do movimento negro. Alguns receiam as cotas tornarem-se leis, e que a partir daí, as universidades deixem de ter o poder de escolha para implantar ou não tal sistema, e desta forma, o ensino público jamais seja melhorado. Assim, passaria de uma saída emergencial, para um problema maior.
Do jeito que as escolas públicas andam na estrada da qualidade de ensino, o máximo que o governo consegue implantando vagas para cotistas nas instituições é saturar as mesmas de gente mal preparada. Supostamente com a intenção de igualar as oportunidades do negro às do branco quando se trata de ingressar nas escolas públicas de ensino superior, o que eles conseguem é uma solução simplista, a qual quebra o principio básico de igualdade entre cidadãos de etnias diferentes.
Sendo contra ou a favor, um caso a se pensar é a estrutura educacional das escolas públicas brasileiras. O governo encontrou nas cotas, uma forma de remediar o problema no ensino básico do país, e é claro, visando o equilíbrio social, partindo do princípio que a maioria esmagadora dos estudantes das universidades são brancos. O ideal seria a promoção de uma reforma na qualidade da educação pública. Entretanto, é um processo que exige um capital massivo à disposição do estado, além de acontecer em longo prazo. E sendo assim, a geração que vive o problema agora, tem pressa, de terminar os estudos e ingressar no mercado, já que os negros comprovadamente têm oportunidades inferiores às dos brancos (foram realizadas pesquisas na universidade de Brasília, comprovando o déficit de renda dos estudantes negros em relação aos demais). No final das contas, a união da medida provisória – sistema de cotas – com a medida à longo prazo – repaginar a estrutura do ensino público – passa a ser solução.

sábado, 26 de abril de 2008

Litros de Lágrimas.

Descobri que pra me definir, “drama” seria uma boa palavra. Sou do tipo que quero tudo do meu jeito e não abro. Péssimo. Do tipo mimada. Mais péssimo ainda.
Mas, como todo dramático, sempre ando sentindo falta.
Sinto falta de não ter o que argumentar com meu pai, ou de ser mulher o suficiente para pedir uma conversa de desabafo a ele, que sei que vai ser o ombro mais confortável do mundo. Ele sabe sempre o que me dizer. Eu que nunca sei me aproximar. Não queria ter uma família superficial. Mas no fundo eu sei que quem planta isso sou eu.
Sinto falta de um amigo que não seja egoísta, e que não seja voltado pro seu umbigo. Não desejaria a muita gente uma amiga como eu. Espero demais das outras pessoas. Mato e morro. Mas o grande erro disso é que eu espero que matem e morram por mim também. Mas tudo bem. Acho que estou satisfeita com apenas um amigo desses.
Sinto falta daquele que eu quero ligar a qualquer hora sem saber se posso, que tenho medo de dar um beijo de despedida. O mesmo que me faz um bem imenso, com quem eu queria estar falando agora (no meu agora, e no agora de quem lê), nem que fosse pra voltar aos meus dez anos de idade, e de cada vinte palavras, cinco delas serem ‘meudeusqueabsurdo’ (tudo junto).
Eu tenho mais é que procurar uns problemas mais sérios nesse mundo pra ficar triste, eu sei. Mas o meu emocional fica abalado quando eu ‘sinto falta’.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

200 metros com barreiras.

Após uma semana cheia de tentativas frustradas, e um feriado pessimamente recebido, a ansiedade aumenta cada vez mais ao esperar pelo ‘encontro das duas da tarde’. Ela abre o celular, eram exatamente 13h54min. Tudo bem. Ele não deve nem ter saído de casa ainda. Deitou, assistiu a globo. Super interessada no que o apresentador gordinho estava a falar incansavelmente. Depois de quase uma hora, abre o celular novamente e eram 13h57min. Ai, que nervoso. Após cinco horas de espera, às 14h15min chegou dentro das quatro paredes que mais interessavam de uns tempos pra cá. Quando citei a atração forte, é porque é forte mesmo. Do tipo trancando a porta e deixando em seus corpos apenas as roupas íntimas (ao mesmo tempo). Da porta do quarto para o sofázinho, e do sofázinho para a cama. Sem escalas. E pode colocar bastante intensidade nisso.
Passados alguns poucos minutos, seu sutiã estava conhecendo o chão gelado do quarto, e sua calcinha então... Nem se fala. Se escondeu, a danada. Fazendo tudo do jeito que ela gosta, mãos e bocas interagindo perfeitamente, ele recebeu arranhões, apertos e sussurros no pé do ouvido como forma de pedir mais. Lê-se: estava muito gostoso. Numa altura dessas do campeonato, o pudor já teria fugido completamente daquele quarto. Escuro e quente, ele era bastante tentador. Agora, os sussurros estão mais para gritinhos, e a cama, poderia ser de solteiro. Ainda sobraria espaço.
Ele em cima dela, ela em cima dele, e a provocação cada vez mais intensa. Ela encontrava-se no estágio mais delicioso de todo aquele delírio. Já não se importava mais com a altura de seus ‘sussurros’. E... “vai, vai, vai...”, um “mais forte!” de vez em quando, e o “vai, Vai, VAI” voltava a reinar. Ela já estava fora de sí, só esperando pelo momento de dizer o ultimo e mais gostoso “Vai”, e parar para respirar fundo.
E o ultimo dos “sussurros” muito altos, foi abafado pelo pescoço dele (ainda bem. Ele não estava sozinho em casa). Parados, estáticos, mortos-vivos, e suados, eles tentavam recuperar o fôlego de quem correu uma maratona. Um dentro do outro, só o que se ouvia e sentia eram os dois corações competindo para ver quem batia mais rápido.
E ela, ainda sem fôlego, pergunta: “morreu?” Ela queria correr duas maratonas em apenas um dia.